sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ESPIRITISMO X UMBANDA

PAI ANTÔNIO fala:

"(...) Peguemos o exemplo espírita. Quando Kardec o codificou, o fez sobre forte influência da cultura européia: científica e técnica por natureza, mas também elitista, machista e preconceituosa historicamente falando. Quando esse espiritismo-científico chegou ao Brasil, ele passou por uma “renovação”, mesmo que os defensores da “pureza doutrinária” não gostem desses comentários e os neguem. A verdade é que no Brasil o “espiritismo-científico” transformou-se em “espiritismo-religião”, o que foi muito importante para sua aceitação dentro do seio do povo brasileiro, “mais coração” e “menos cabeça” que os europeus. Aspectos ligados a magia, ao culto as divindades, os trabalhos na natureza e com os espíritos que nela vivem, assim como muitos outros pontos relegados pelo espiritismo, foram aceitos e incorporados dentro da Umbanda. De certa forma, o espiritismo brasileiro, vamos dizer assim, e a Umbanda, são dois lados de uma mesma moeda, que tem na mediunidade e no contato direto com o plano espiritual sua forma de acelerar a evolução espiritual do homem e, na caridade, a ação altruísta que visa despertar o amor ao próximo. Uma não é melhor que a outra, mas sim são complementares e respondem por anseios diferentes, de almas diferentes. A mediunidade é o ponto básico das duas doutrinas. Mas mesmo espíritos possuidores de faculdades semelhantes, têm tendências, carmas, afinidades espirituais diversas, além de capacidades diferentes para determinados trabalhos. No astral não existe essa diferença de paredes e congás, centro e terreiro, que existe na matéria. Espíritos que militam na Umbanda, militam também dentro do espiritismo, de forma completamente natural. O preconceito ainda existente é fruto de uma visão estreita e muito arraigada a terra. Quanto mais do alto contemplamos alguma coisa, mais evidente fica a noção de totalidade e unidade que existe no cosmos. Enquanto o espiritismo tende por uma linha codificada e, portanto, mais organizada, a Umbanda caminha livre, respeitando as diferenças conscienciais encontradas de terreiro para terreiro, sendo exemplo de universalidade entre as religiões modernas."
(Desconheço o autor. Se alguém souber a fonte, favor nos informar. A moderadora.)

Um comentário:

  1. Acho o texto bem interessante em vários pontos, mas vou fazer aqui alguns: acho a Umbanda e o Espiritismo coisas bem diferentes. Espíritas são os crentes nas instruções do codificador e tão somente, os Umbandistas tais quais qualquer religião de matriz africana são ditos espiritualistas. Por isso não vejo como lados da mesma moeda já que as bases de cada qual está galgada em um ponto histórico e fundamentalista diferente. A mediunidade não é tratada tão somente por essas religiões em várias outras temos milhares de outras que tratam tais fenômenos tais como o Catolicismo, com suas unções dentro da renovação carismática, quanto o Protestantismo com suas sessões do descarrego e imposições de mãos.
    Os pontos finais do texto são perfeitos todos caminhos numa mesma direção e sem distinção, mas um pequeno comentário a liberdade às vezes é preço mais alto a que se pode pagar, pois a falta de métricas faz com que fiquemos sem referências e criemos nossas próprias métricas por isso de terem tantas linhas criadas ao acaso e outras tantas fundamentadas isso gera espaço para que pessoas que visam ludibriar ou até mesmo se valer da imaturidade para ganhar espaços com o mal.

    Mas caminhemos, isso é o mais importante!!! Aqui deixo minha opinião, espero poder contribuir com essa bela inciativa de discutir nossa tão bela religião...

    Fiquem em PAZ...

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