sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"FIZERAM MACUMBA PRA MIM"

"O homem é suscetível à ameaça da magia. A idéia de ser vitima de um trabalho feito contra a sua pessoa, cria-lhe o medo. Sobre esse assunto, uma entidade deu uma explicação:

- É mais fácil você fazer o bem, do que o mal.

(...) - Quando você deseja o mal a outro, mesmo criando um campo energético através de trabalhos, toda a defesa espiritual da pessoa se fecha e a protege. Se você desejar o bem, a sua retaguarda afrouxa e abençoa a vinda da vibração de paz. Previno a todos: o pensamento pode tornar a mentira verdadeira. – Não criem o medo por infundados trabalhos pegados. – concluiu a entidade.

A maioria das consultas, nos terreiros de Umbanda, é para desmanchar um trabalho feito contra a pessoa, quase sempre fruto da imaginação e do medo. (...) Numa manhã, quando ainda não integrado ao movimento umbandista, ao sair de casa vi, do lado esquerdo do meu portão, um círculo pintado de vermelho, com uma cruz dentro. Imaginei o pior: alguém fez um trabalho de magia, contra mim ou minha família. Confesso, um arrepio incomodo correu pela minha espinha. Fiquei com medo. Elevando meus pensamentos, pedi proteção aos espíritos de luz:

- Tenho fé em Jesus Cristo e nos seus mensageiros. Este mal será banido da minha vida.

Durante o dia, aquela macabra pintura não saía do meu pensamento. E pior, era com tinta, daquelas que não sai mais, nem com chuva intensa. Embora não conhecesse a magia praticada nos terreiros, conhecia a força dos trabalhos do mal, e como introduzi-los num lar. (...) Qualquer briga, confusão entre familiares, gera a tal energia compatível, imediatamente sugada pelo trabalho, que vai crescendo à medida que é alimentada, até ter uma força grande, pondo em risco a serenidade e paz da família, dona da casa. Fica o ambiente carregado, trazendo, muitas vezes, até a doença física. Mas, se ao contrário, o ambiente for de paz, harmonia, preces, tolerância e perdão entre os moradores da casa, a energia, não tendo com que se alimentar, vai diluindo-se até desaparecer.

- É, o correto é ter bons pensamentos. Que Jesus perdoe esse meu desconhecido inimigo. Vou esquecer essa estúpida magia. - dizia, para meus botões.

Mas eu não conseguia esquecer por duas razões: o medo e porque estava pintada na entrada da minha casa, visível e assustadora. No terceiro dia, não suportava mais aquele medo de ver minha gente, vitimada por um maníaco espiritual. Fui pedir ajuda a um amigo, experiente espírita. Levei-o à minha casa, mostrando o símbolo do diabo. Ele, assustado, explicou:

- Macumba! E é da grossa! A cruz, significa, neste caso, a morte. E o círculo é para fechar o trabalho.

(...) Achei a interpretação da cruz e do círculo uma aberração espiritual, contrária ao bom senso e à inteligência, mesmo mediana, de qualquer um.
(...) Com o decorrer dos dias, fui me acostumando com o círculo vermelho. Já não tinha mais medo. Na verdade, só um pouco. Numa tarde, fui caminhar no bairro. Passando em frente à casa do vizinho, vi o mesmo desenho feito na minha. Fui a outra, a mesma coisa. Todas as casas tinham a marca. Atônito, chamei um vizinho que regava seu lindo jardim, e perguntei:

- Você sabe por que, as casas estão marcadas com este símbolo?

- Sim, foi a Companhia de Rede de Água e Esgotos, que marcou as casas, onde vão ser mudadas as redes das águas pluviais. "
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(Trecho retirado do Livro Grifos do Passado, de autoria do Pai Fernando Guimarães. E pode ser comprado através do site do Terreiro do Pai Maneco - www.paimaneco.org.br)

4 comentários:

  1. Oi Vivi! Aqui estou! Voltei para o Anauê! :)
    Não sabe que ontem mesmo eu conversava com uma amiga (aquela da história que te contei hoje) e ela disse que uma pessoa espírita a disse: "Foi macumba!"
    E a que conclusão chegamos?! Nenhum mal os atingiria se não estivessem abertos a isso. Onde reina Jesus Cristo nos corações, não há mal que consiga se infiltrar.
    Essa história de hoje veio a confirmar de onde vem o mal: dos pensamentos humanos.
    Vou até enviar para ela.
    Beijos

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  2. Essa história do Pai Fernando é muito boa!

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  3. Mas se está tudo bem, porque tudo do nada começa a desmoronar? E do nada achamos um sapo com a boca inchada voltada pra dentro da minha casa? E depois, um gafanhoto daqueles gigantes mesmo, estagnado, apático, dentro da minha casa? E porque pessoas de diferentes idades, religiões e que não se conhecem vem a minha casa e dizem sentir algo muito ruim aqui que as deixa cansadas e pesadas?
    Eu não tenho religião, nunca acreditei em nada de nada, via filmes de terror dando risada. Eu nunca tive medo, nunca mesmo. Mas como pode agora eu ter? E ver minha vida amarrada?

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  4. qual o compromisso social da macumba?

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