domingo, 28 de fevereiro de 2010

JONGO : O canto e a dança da resistência cultural

JONGO

Tradição secular, misto de música, dança e jogo de palavras.
Mais do que uma manifestação cultural, o jongo tem um papel central na valorização e no desenvolvimento das comunidades quilombolas e/ou afrodescendentes. Do som dos atabaques à dança em roda, da reverência aos anciãos e aos antepassados (pretos-velhos) à malícia dos versos.
Na sua origem, o jongo era uma forma de comunicação em código, que os senhores do café eram incapazes de decifrar. Hoje, o jongo é patrimônio cultural imaterial, reconhecido pelo IPHAN, e uma ferramenta poderosa para promover renda, cidadania e consciência nas comunidades quilombolas e urbanas que souberam guardar os saberes das tribos africanas.
Hoje em dia podem participar do Jongo homens, mulheres e até crianças, mas esta participação, em sua forma original era rigorosamente restrita aos iniciados ou mais experientes da comunidade. Porque os mistérios do culto aos antepassados não podia ser revelado. Por isso mesmo muitas comunidades perderam a tradição do jongo, porque os iniciados não transmitiram seus conhecimentos aos mais novos. Mas o Jongo é ainda hoje bastante praticado em diversas cidades de sua região original: Valença,Vassouras, Paraíba do Sul, Pinheiral, Barra do Piraí (Rio de Janeiro), além de Guaratinguetá e Lagoinha (São Paulo), e em certas localidades no sul de Minas Gerais.
A partir de meados da década 70, no Morro da Serrinha, o músico Darcy Monteiro 'do Império' (o Mestre Darcy), com os conhecimentos assimilados com sua mãe, a rezadeira Maria Joana (discípula de Vó Teresa), passou a se dedicar à difusão e a recriação da dança em palcos, centros culturais e universidades, estimulando a formação de grupos de admiradores do Jongo que, embora praticando apenas aqueles aspectos mais superficiais da dança, deslocando-a de seu âmbito social e seu contexto tradicional original, dão hoje a ela o reconhecimento como patrimônio cultural imaterial.

Adorei as almas!! *** O Jongo acabou perdendo muitas de suas características, como a saudação aos pretos-velhos, que sempre acontecia antes de se iniciar uma roda, mas este processo de evolução permitiu a participação de novos jongueiros que projetaram nacionalmente esta manifestação cultural e a sustentam para que este patrimônio não acabe.***

5 comentários:

  1. Saravá nossos pretos queridões que adoram dançar o jongo!

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  2. O Jongo é a expressão máxima da alegria dos nossos negros. Minha Vovó foi ama de leite e jongueira. Quando ouço a batida do tambor meu coração bate na mesma cadência!

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  3. Salve as almas!Sou jongueira e acho muito importante abordar esse assunto na nossa cultura,pois o samba é filho do jongo!

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  4. Muito interessante essa dança.Ela envolve toda a história da colonização e os antepassados dos afrodescendentes.

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  5. Olá!
    Somos da revista Stilo Afro do Brasil e gostamos muito de sua matéria, podemos publicá-la em nossa edição?
    Grata.

    Luana Barbosa
    Gerente Marketing
    E-mail: luanabarbosa@stiloafrodobrasil.com.br
    www.stiloafrodobrasil.com.br
    Tel: (051) 33195641

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